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Entrevista a… Miguel Caetano — A quantidade de Lixo no mar

Biografia Miguel Caetano

Miguel Caetano, Doutor em Ciências Marinhas. É membro da equipa CIIMAR incluída nos Serviços de Mudanças Globais e Ecossistemas e chefe da Divisão de Oceanografia e Bioprospecção Ambiental do IPMA. Ele dedicou sua pesquisa a processos biogeoquímicos na coluna d'água, interações de poluentes entre sedimentos e organismos aquáticos e processos diagenéticos em sedimentos. Ele esteve envolvido em vários projetos científicos nacionais e internacionais (64) dentro das ciências marinhas e publicou até 100 artigos de revisão por pares.


Biografia Ana Martins

É bióloga da área de Meio Ambiente e Evolução.

Professora de Biologia na EPADRV | Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos


Biografia Ricardo Calado

Investigador no DBio e no Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, doutorou-se em 2005 na Universidade de Lisboa em Biologia (Biotecnologia Animal). Responsável pela equipa MarBAE (Marine Biotechnology, Aquaculture and Ecology) da UA, Ricardo Calado é vice-diretor do DBio e membro da equipa de coordenação da Plataforma Tecnológica do Mar da academia de Aveiro.

Sistemas de Suporte de Vida e Manutenção de Organismos Marinhos é a disciplina que este ano leciona aos vários mestrados da academia de Aveiro relacionados com as áreas da sua paixão: ecologia marinha aplicada, aquacultura sustentável e biotecnologia azul.


Entrevista a…

Miguel Caetano

Qual a sua opinião sobre a enorme quantidade de lixo no mar?

Esta é uma questão que tem uma componente cívica bastante importante. O lixo marinho reflete a atividade humana desenvolvida em terra (continentes e ilhas) que ao ser libertado para os rios e mar liberta de responsabilidade ambiental os Homem. Reflete também que os diferentes povos das cidades do mundo tratam o lixo (que vai ter ao mar) de forma diferente. Este é um problema muito grave que mesmo com ações intensas nos dias de hoje não fará o problema desaparecer. Do ponto de vista cientifico a introdução do lixo marinho para o mar tem diversas origens que podem ser melhoradas do ponto de visto tecnológico. Por exemplo as estações de tratamento de esgotos removem a maioria dos pedaços de plástico grandes, mas ainda têm pouco efeito na retenção dos plásticos mais pequenos, chamados microplásticos. Alterando, modificando, melhorando as estações de tratamento dos esgotos podemos diminuir a quantidade destes pequenos plásticos que vai para os rios e para o mar.


Na sua opinião, de que forma é que esta pandemia está a aumentar a poluição dos oceanos?

Há algumas investigações muito recentes que mostram que o uso massivo de mascaras descartáveis, luvas e outro equipamento de proteção pessoal está a aumentar. Ao não se colocar este produtos no lixo eles ficam pelo chão das cidades. O vento e a chuva está a levar estes produtos para os rios que depois vão parar ao oceano. Este é um aspeto negativo. No entanto, há alguns aspetos positivos que a pandemia está a causar em termos de poluição. A pandemia tem levado a menos poluição de diversos tipos: menos turismo implica menos barcos, praias mais vazias, etc; menos compras implicam menos plástico transformado, menos embalagens que causam poluição; menos carros a andar na rua implica menos poluição do ar que também tem influência no oceano; industrias a produzirem menos implica desemprego mas também implica menos poluição do ar e consequentemente do oceano.


Ana Martins

3) O QUE PODEMOS FAZER PARA REDUZIR A POLUIÇÃO MARÍTIMA?

Reutilize o máximo de materiais possível, recicle, separe o lixo, use mais ecopontos e evite usar / comprar produtos que contenham plástico.


4) QUAL A SUA OPINIÃO SOBRE A POLUIÇÃO DO MAR?

É algo muito sério que está colocando em risco a biodiversidade ao causar a extinção de muitas espécies. Finalmente esse problema começa a chamar a atenção das pessoas. É importante que as pessoas comecem a reciclar, tratar seus resíduos e não jogá-los no oceano.


Ricardo Calado

5) O que acontece aos animais marinhos quando ingerem plástico?

Um dos problemas mais comuns é que o plástico “entope” o sistema digestivo e eles deixam de se conseguir alimentar, morrendo de fome. Outras vezes, como têm o estomago cheio de plástico ficam com a sensação que estão cheios e não precisam comer, mas na realidade estão a passar fome porque o que eles têm no estomago é plástico e não comida… Além disso, alguns tipos de plástico podem conter toxinas, metais e outros poluentes que os podem envenenar e matar.

6) Há dados que indiquem que, de ano para ano, vai havendo mais mortes de animais marinhos?

Infelizmente sim… pelo menos para algumas espécies (aves, mamíferos marinhos…). Infelizmente quando analisamos esses animais mortos, quase sempre têm plástico no seu interior. Também temos de perceber que só encontramos uma parte muito pequena dos animais que morrem (por exemplo, os que acabam por vir parar à praia, pois muitos afundam e não temos como saber de que morreram).


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writing team, Clube de Fotografia | AGEILHAVO | Portugal

Mariana Erny 10, Constança Loureiro 10 And Sofia Angeja 11




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